A seguir algumas recomendações aos familiares:
Encoraje o paciente, o máximo possível, a enfrentar as situações
que evita e a abster-se de executar rituais. Lembre a ele que, especialmente
no início, isso é muito difícil e pode provocar medo e aumento da aflição.
Lembre-o de que a aflição passa e, em geral, desaparece rápida
e naturalmente.
Responda às perguntas do paciente uma única vez. Seja
honesto nas suas respostas, lembrando-o de que é o TOC e a necessidade de
ter certeza que o levam a repetir perguntas. Além disso, lembre a ele de que é
impossível ter certeza absoluta sobre muitas questões. Portanto, torna-se
necessário conviver com incertezas e dúvidas.
Lembre-o de que ruminar é inútil – não acrescenta novas
evidências ou novos fatos que ajudem a chegar a um maior grau de certeza.
Apenas produz aflição e mantém as dúvidas.
De forma gentil, encoraje o paciente a abster-se de executar
rituais. Se forem verificações, lembre-o de que são excessivas. Lembre-o das
combinações com o terapeuta: verificar coisas apenas uma vez.
Use lembretes com humor, e sem agredir: “Olha o TOC”, “Você
não tem que ...”, “nem o Banco Central é tão seguro!”, etc.
Diga ao paciente quando algum comportamento ritualístico ou
medo é excessivo. Lembre-o de que a maioria das pessoas se comporta de
forma diferente. Mencione exemplos.
Procure manter as combinações feitas com o terapeuta: “Não
vou lhe responder porque combinamos isso com seu terapeuta” ou “Vou fechar
o registro do seu chuveiro daqui a cinco minutos porque foi isso que nós
combinamos com o seu terapeuta”. Seja firme, sem ser autoritário.
Marque o horário no qual vocês sairão de casa para almoçar,
jantar, etc. Se, por acaso, o paciente se atrasar, avise quanto tempo mais você
vai esperá-lo. Passado esse tempo, cumpra o combinado.
Não deixe o TOC arruinar a vida da sua família: mantenha seus
compromissos profissionais, horas de lazer e vida social.
Participe de grupos de auto-ajuda: familiares de outros pacientes
poderão lhe dar dicas valiosas de como lidar com os sintomas e com as
diferentes situações que ocorrem a todo o momento.
Disponha-se a realizar os exercícios junto com o paciente.
Permaneça ao lado dele, especialmente quando irá fazer exercícios pela
primeira vez, que provocam muito medo.
Peça que lhe avise quando estiver na iminência de fazer um ritual
que acredita não conseguirá resistir. Permaneça ao seu lado até o impulso
diminuir. De forma gentil estimule-o a resistir, sem pressioná-lo.
Auxilie-o a completar a lista de sintomas, apontando aqueles que
ele talvez não tenha percebido.
Fique atento a sinais de recaída e descubra uma forma gentil e
delicada de sinalizar ao paciente.